24 de novembro de 2009

E me carrega...


Hoje não tenho tanta certeza sobre quem escrevo. Mas escrevo, hoje, sobre a marca que ele tinha - um furo em uma das mãos. E toda vez eu via aquela marca, profunda, que nunca sarava. Aquele buraco em sua mão esquerda servia de pote. Ele guardava tudo o que nele havia, ali.

"Deixe-me guardar meu coração também!", exclamei.
Caberia.
Talvez todo sopro de vida que eu tenho soprado esteja ali, e ele não se lembra que tem um furo em uma das mãos, como eu lembro. Eu lembro porque vejo, eu vejo porque existe, existe porque é grande, é grande porque não sara, não sara porque... porque...
Deixe-me ser guardada em sua mão, deixe!