16 de dezembro de 2012
Lembro que fechei os olhos
e, escorrendo por eles, pedi:
"- Facilita pra mim!"
Você olhou e chorou igual.
6 de novembro de 2012
Vício Verde
A boca que você encostava na minha hoje encosta num papel de seda, e inspira, aspira, vira os olhos, vermelhos e me deixa sentir culpada, ainda com essa fumaça por todo canto. A boca que me beijava hoje beija tantos lugares de que só ouço falar, mas que mesmo tendo viajado tanto nunca conheci. O que ninguém sabe é que sou eu quem superou, cheia de traumas, marcas, dores, passados, coisas se movendo, coisas imóveis. Cheia. Mais uma dose de você e seria o fim. Me afastei do que poderia ser seu e te conservei com o melhor de mim, com o melhor do que conseguimos juntos, mesmo que estranho pra tanta gente, subimos tantos degraus... Degraus que você salta com seu pedaço de madeira, todo quebrado (você, a madeira), mas que hoje já não sei se é efeito de algo ou do que; se não é só você fazendo mais uma das coisas lindas que costumava fazer. Hoje são tantos outros, mas que antes você me procurava pra te esconder, e eu te escondia tão bem no meu colo que nunca nem te vi chorar, jamais chorou, menino homem de 12 anos já tão moço... tão mais adulto que nós todos juntos! Era tão difícil te fazer ficar longe do teu (agora) vício, uma planta, não mais as que você colocava em meus cabelos, mas outra que te alucina e te faz virar os olhos...
Foi embora com a desculpa de que foi pego usando, mas nem sabe,
que orei tanto pra que fosse.
Foi embora com a desculpa de que foi pego usando, mas nem sabe,
que orei tanto pra que fosse.
11 de junho de 2012
Invejando o meu pé parado
Minha cabeça que raciociona dentro
E fora das linhas do pentagrama.
O problema é que ela não pode
Fugir do compasso.
Aprendeu a ter mão firme e
Desenhar reto.
(Dizem cada vez mais louca).
Minha cabeça que raciociona dentro
E fora das linhas do pentagrama.
O problema é que ela não pode
Fugir do compasso.
Aprendeu a ter mão firme e
Desenhar reto.
(Dizem cada vez mais louca).
8 de maio de 2012
À beira mar
Se não é o que você quer, porque é que ainda não foi embora? Porque não foi quando pôde, quando eu disse que tudo bem?
"Nós nos despedimos e fomos para o mesmo lugar."
"Nós nos despedimos e fomos para o mesmo lugar."
28 de março de 2012
Sem mais condições de viver esperando que você me esbarre. Viver esperando você tocar no assunto. Viver querendo o inédito, o inaudito. Você não sabe como se faz, ou se sabe não usa. Só desmente, me dribla, se esquiva, foge, vai pra longe, caçoa, observa, ri, dorme, me encontra, escuta, acha que eu não sei, pensa que eu não acho, e bla bla bla...
22 de março de 2012
None of it was ever worth the risk, but you are the only exception
Tive uma certeza tão exata quando por entre tantas vidas, tantas salvações, tanto amor entregue, você me olhou fixo. Só um corredor nos dividia, mas mesmo assim a distância já cortava, partindo...
23 de fevereiro de 2012
Flor
Toda lágrima pra te regar, rosa.
Pra te enxugar os prantos, te fazer mais feliz em dia de chuva, impedir que qualquer um que tenha uma tesoura chegue perto de te podar. Te acaricio com beijos, te dou minha mão, te deixo tocar com seus espinhos, sangro pela noite, te quero por perto, me deixa flor, ser sua, sua pra cuidar, te amo tanto. Só de estar perto de te livrar de tudo o que te fará mal, eu dedicaria a minha vida. Não dormiria, vigiaria, colocaria minha vida na tua só pra te ver bem, longe de tudo o que te atrapalha de crescer e expandir. Desejo tanto que suas pétalas exalem o aroma que me faz querer viver, também expandir, ser mais feliz, porque você já me faz, flor, me faz flor igualzinha a ti. E te ver crescer na mão de qualquer um machuca mais que seus espinhos, me faz sangrar pelos olhos. Toda ciência não explica o quanto você me faria feliz, e me deixa um vazio, querendo correr... enquanto você corre de mim.
Pra te enxugar os prantos, te fazer mais feliz em dia de chuva, impedir que qualquer um que tenha uma tesoura chegue perto de te podar. Te acaricio com beijos, te dou minha mão, te deixo tocar com seus espinhos, sangro pela noite, te quero por perto, me deixa flor, ser sua, sua pra cuidar, te amo tanto. Só de estar perto de te livrar de tudo o que te fará mal, eu dedicaria a minha vida. Não dormiria, vigiaria, colocaria minha vida na tua só pra te ver bem, longe de tudo o que te atrapalha de crescer e expandir. Desejo tanto que suas pétalas exalem o aroma que me faz querer viver, também expandir, ser mais feliz, porque você já me faz, flor, me faz flor igualzinha a ti. E te ver crescer na mão de qualquer um machuca mais que seus espinhos, me faz sangrar pelos olhos. Toda ciência não explica o quanto você me faria feliz, e me deixa um vazio, querendo correr... enquanto você corre de mim.
24 de janeiro de 2012
Primeiro do ano
tenho andado por aí
não querendo mais ceder
mas querendo conceber algo grande
carregar em mim uma vida nova
deixar entrar, entrar, sentir no meu útero algo aflorando
quero escutar sinos tinindo
sorrir pra afastar o medo
fechar os olhos de tanta luz
sem destino nenhum, pegar o ônibus, o carro, a moto e ir
sentir cheiro de mar
vento no rosto
deixar avermelhar as pupilas
sorrir pra qualquer um
não saber onde pisar
pisar em qualquer lugar
qualquer lugar é chão
tanto cuidado pra quê?
nunca quis ser de ferro.
como já dizia Pluie, "isso é coisa de poeta"
e eu não almejo ser um.
não querendo mais ceder
mas querendo conceber algo grande
carregar em mim uma vida nova
deixar entrar, entrar, sentir no meu útero algo aflorando
quero escutar sinos tinindo
sorrir pra afastar o medo
fechar os olhos de tanta luz
sem destino nenhum, pegar o ônibus, o carro, a moto e ir
sentir cheiro de mar
vento no rosto
deixar avermelhar as pupilas
sorrir pra qualquer um
não saber onde pisar
pisar em qualquer lugar
qualquer lugar é chão
tanto cuidado pra quê?
nunca quis ser de ferro.
como já dizia Pluie, "isso é coisa de poeta"
e eu não almejo ser um.
Assinar:
Postagens (Atom)