Soltar da tua mão quando se estava pendurado e querer dizer que seria difícil porque já sabíamos o quão difícil seria, mas não nos desapontamos a ponto de sumir, nos desapontamos para sempre, nos desapontamos até eu parar de te conhecer, porque é o que fazemos de melhor um ao outro, e eu te seguraria por inteiro nas mãos, mesmo que não coubesse, não tem furos nas minhas mãos. Não furaria com você.
Dizer adeus-meu-amor não foi conforme o planejado.
Aliás, o que foi conforme?!
14 de dezembro de 2010
17 de setembro de 2010
Porque no fundo, bem no fundo mesmo, a gente sempre sabe quando uma coisa se vai; mas até hoje eu não sei. Talvez porque eu não queira saber, ou talvez porque ainda não foi.
26 de agosto de 2010
9 de agosto de 2010
Amanhã vai ser lindo, repeti, amanhã vai ser lindo porque vou te encontrar
e se Deus quiser também vou me achar.
e se Deus quiser também vou me achar.
29 de julho de 2010
Suas costas são quase como as minhas: pequenas, frágeis, quase que se vai em um abraço. Pensei tão forte "como farei em meus dias de guerra?", quando a noite eu precisar gritar tanto e te ver tão delicado, tão mais frágil que eu por mim própria? Terei pena de você, desejando que nunca me tivesse encontrado.
Eu hoje abracei suas costas desesperada, te perdoo, também, por não perceber. Mas foi quando te abracei que vi que não eram meus dedos que gritavam por suas costas, era sua carne toda que gritava desesperadamente por mim, só que gritava de um jeito para que eu não pudesse perceber. Mas esse é o meu papel: ser quase desesperada o tempo todo. Não suportaria mais um pouco de alguém sendo o contrário de mim.
Eu hoje abracei suas costas desesperada, te perdoo, também, por não perceber. Mas foi quando te abracei que vi que não eram meus dedos que gritavam por suas costas, era sua carne toda que gritava desesperadamente por mim, só que gritava de um jeito para que eu não pudesse perceber. Mas esse é o meu papel: ser quase desesperada o tempo todo. Não suportaria mais um pouco de alguém sendo o contrário de mim.
21 de julho de 2010
Então todo o resto se fez silêncio para que eu escutasse. No ônibus, não se escutava nada. O som se encontrava apenas naquele ridículo fone branco, tocando nomes de mulheres.
8 de julho de 2010
24 de junho de 2010
- Tenho a solução para os nossos problemas.
E colocava as mãos nos bolsos como quem fosse tirar uma varinha,
de condão.
E colocava as mãos nos bolsos como quem fosse tirar uma varinha,
de condão.
16 de junho de 2010
Não sabia que estava me distanciando de você, porque ficou muito pra trás. Mas se soubesse, correria muito mais.
18 de maio de 2010
O Incrível é que não está nada terminado.
Não dissemos "vim aqui para terminar com você, já deu nosso tempo, i don't love you anymore" - não foi dito então. Está pairando no ar e parando em mim.
Não dissemos "vim aqui para terminar com você, já deu nosso tempo, i don't love you anymore" - não foi dito então. Está pairando no ar e parando em mim.
13 de maio de 2010
A menina que roubava flores
Eu li o que ela escreveu - e mais uma vez Incubus entra nessa história. Ela sangrando por fora e chupando para dentro os pequenos furos entre os dedos com pequenas gotas de sangue vinho. Seu olhar certamente era um olhar como o de quem encontra um tesouro escondido na sua própria gaveta - cheia de luz!
Ela, tão rosa mas tão rosa que só não devia doer a vista pois era uma apaixonada se apaixonando mais ainda por aquele veludo pedindo "Me amacie para cá, agora para lá" e ela já era assim; apaixonada até o sangue.
Tudo bem, lhe compreendo. "Porque tão profundo?" Vou esclarecer agora: Ela foi no mais longe de tudo, foi procurando as batidas que aceleravam a cada dilaceramento, onde sua carne gritava: Oh! Pare, Pare! Oh! - e com os olhos brilhando, ajoelhada entre tantas flores e plantas que a enrolavam tentando a seduzir gritando "sou eu quem você deseja, sou eu", imóvel, fitava e acariciava o veludo e os espinhos a doendo por fora porque dentro era só amor. E falava, alto, tentando fazer com que o coração da flor ouvisse:
- É tão bom, é tão bom te roubar pra mim, rosa!
Ela, tão rosa mas tão rosa que só não devia doer a vista pois era uma apaixonada se apaixonando mais ainda por aquele veludo pedindo "Me amacie para cá, agora para lá" e ela já era assim; apaixonada até o sangue.
Tudo bem, lhe compreendo. "Porque tão profundo?" Vou esclarecer agora: Ela foi no mais longe de tudo, foi procurando as batidas que aceleravam a cada dilaceramento, onde sua carne gritava: Oh! Pare, Pare! Oh! - e com os olhos brilhando, ajoelhada entre tantas flores e plantas que a enrolavam tentando a seduzir gritando "sou eu quem você deseja, sou eu", imóvel, fitava e acariciava o veludo e os espinhos a doendo por fora porque dentro era só amor. E falava, alto, tentando fazer com que o coração da flor ouvisse:
- É tão bom, é tão bom te roubar pra mim, rosa!
8 de maio de 2010
Ana - Engenheiros do Hawaii
Em frente ao bar ele estava.
Com as mãos nos cabelos bagunçados, remexidos com breves espaços marcados pelos dedos. Estava entorpecido de vida. E ele, sentado, bêbado, vendo a vida corrente correndo dele. E ela passava, a vida, rápida aos seus olhos enquanto todos também passavam, menos Ana. Ele gemia tão profundo "eu fui sincero Ana, eu fui sincero" e as pessoas, loucas, passavam e diziam pelo canto da boca olhando pelo canto dos olhos "é só droga." E por instantes já estava roendo as unhas, falando sem pensar. Sofrendo sua bebedeira acabada, falida, chorando Ana.
O dono do bar chegava mais perto, agaichava e suspirava baixinho baixinho com gosto de chá verde na boca "você não tem culpa mais se ela é um labirinto." O cigarro já estava queimando seus dedos todos, fumando de mal jeito, com um vinho barato e jogado no banheiro. Enquanto o espelho dizia "Ana." E ele procurava, procurava Ana sem saber.
Ana era a vida que corria dele. Então seu reflexo gritava no silêncio do bar fechado no centro da cidade, no silêncio do banheiro, no silêncio gritava: Ana!
Com as mãos nos cabelos bagunçados, remexidos com breves espaços marcados pelos dedos. Estava entorpecido de vida. E ele, sentado, bêbado, vendo a vida corrente correndo dele. E ela passava, a vida, rápida aos seus olhos enquanto todos também passavam, menos Ana. Ele gemia tão profundo "eu fui sincero Ana, eu fui sincero" e as pessoas, loucas, passavam e diziam pelo canto da boca olhando pelo canto dos olhos "é só droga." E por instantes já estava roendo as unhas, falando sem pensar. Sofrendo sua bebedeira acabada, falida, chorando Ana.
O dono do bar chegava mais perto, agaichava e suspirava baixinho baixinho com gosto de chá verde na boca "você não tem culpa mais se ela é um labirinto." O cigarro já estava queimando seus dedos todos, fumando de mal jeito, com um vinho barato e jogado no banheiro. Enquanto o espelho dizia "Ana." E ele procurava, procurava Ana sem saber.
Ana era a vida que corria dele. Então seu reflexo gritava no silêncio do bar fechado no centro da cidade, no silêncio do banheiro, no silêncio gritava: Ana!
19 de abril de 2010
25 de março de 2010
- Mas é assim mesmo meu filho, sua mãe é uma manteiga derretida, mas que demora pra derreter. Demora muito. Pra te falar a verdade só derreti uma vez desde que virei manteiga, mas vamos deixar isso pra lá [...]
11 de fevereiro de 2010
Corre com o vento, venha com o tempo. Sua camiseta azul, seu boné azul. Tudo azul. Assim como o tempo, e o vento. Eu vejo azul, em toda parte. Seus olhos, castanhos claros. Começo então a ver: tudo castanho claro.
8 de janeiro de 2010
E ele silenciosamente, cantava:
"Você vai estar (você vai estar) dentro de uma flor feito um passarinho.."
"Você vai estar (você vai estar) dentro de uma flor feito um passarinho.."
7 de janeiro de 2010
"Está preso na minha garganta"
"Eu tiro", ele disse.
Outro caso...
"Está preso na minha garganta"
"Te levo no hospital"
"Eu tiro", ele disse.
Outro caso...
"Está preso na minha garganta"
"Te levo no hospital"
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